quinta-feira, 28 de abril de 2016

Tempos Quase Modernos!

O tempo em que vivemos pode ser pseudodefinido como o "tempo dos acontecimentos dos últimos dias". O senso de praticidade, e urgência, está tão pungente que conseguir acompanhar ou assimilar todos os eventos é o mesmo que explodir, tal qual uma bombinha reativa. Os extremismos são paradigmas e dogmas de centenas de pessoas que vestem “a camisa” e passam por cima de seus próprios limites em uma busca cega por notoriedade, ou seu mérito, perante a verdade. Não existem mais fatos, apenas grandes suposições, conspirações infundadas num achismo leviano, carregado de ódio e fascismo. Não existem mais metas ou meios, apenas um definitivo e desorientado “SE”; e não há nada de lírico ou poético nisso, pois a coisa tende ao capenga e rasteiro. A sensação constante é de estarmos patinando contra a vontade e em uma maré de um grande terreno gelatinoso que nos deixa completamente vulneráveis às revoltas pela causa de algo que, por vezes, preferimos não saber o quê.
 
Toda informação é “bombástica” e as pessoas estão se mostrando além de “repórteres” de uma mídia sensacionalista para não inspirar ninguém em fantoches de suas próprias crendices e convicções, outrora perdidas na mesma velocidade dos acontecimentos que desafiam o tempo. Uma lógica retorcida que nos deixa com botas de chumbo a afundar num lamaçal respingado e aspergido com o mais irônico ácido de uma verdade que não se mostra ou apresenta consistência. Uma erosão de verbos numa parede frágil, culminando numa estrutura perdida. Não há freios ou rédeas, apenas uma velocidade feroz que irá esbarrar em um sem-obstáculo e, sinceramente, não sabemos onde iremos cair, se iremos flutuar ou voar neste vendaval de insegurança, frutos da nossa impulsividade e inconsequência.
 
Um raso rio de lamento passa por nossos pés, onde não há barragens de armazenamento, e a força toda está a secar. O sentimento ressabiado e envergonhado transpõe toda fé. Não temos certeza da “Sede de quê” da “fome de quê”. Diante desse cenário, estrelas se despedem e crianças mal criadas continuam brotando no mundo imundo chamado de televisão. Até os óvnis desistiram dessa rota, pois, conforme as fábulas e estórias, fomos nós mesmos, os alienígenas, os primeiros a ferrar com o nosso próprio habitat. Falta ainda fazer o mínimo, o realmente necessário: alguma dosagem cavalar de respeito e ciência. Ciência do básico. O maior mal, acredite, ainda continua sendo “aquilo que sai da boca do homem”; e nisso não avançamos.  Achamos, e queremos, sempre que sim! Concluo afirmando que (ainda) nada sei! E talvez nunca saiba nada sobre algo. Mas, qual o assunto que mais lhe interessa mesmo?!

Texto publicado originalmente no Parlamento PB.

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