segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cat Stevens - Tea For The Tillerman



Vivo correndo atrás das coisas que eu não alcançava em outras épocas e, quando estou finalmente com elas, vivo tudo de forma intensa. Ontem assisti a um DVD que adquiri recentemente, chamado Amandla, show organizado por Nelson Mandela, com os Eurythmics (lógico!!!) no casting, entre tantos outros artistas maravilhosos como Angelique Kdjo, Jimmy Clif e outros lá do lado da África. 
Dentre as muitas coisas emocionantes do show, que almejava angariar fundos para dar suporte a crianças africanas que perderam toda a família pelo vírus HIV e Aids, o evento teve participação de um artista que estava há tempos afastado dos palcos, o Cat Stevens (lembra de Pepê e Neném?!!! 'Oh baby, baby nada.. 'rsrsrs, isso mesmo!) subiu ao palco e então a música Wild World (http://www.4shared.com/file/41300233/44f32382/Cat_Stevens-Wild_World.html), 
foi cantada e emocionou o público. O cara, hoje, se chama Yusuf Islam, por motivos religiosos, mas 'Cat' tem uma discografia linda e este disco em especial me foi emprestado (pasmem!), em Solânea, em meados de 1997 ou coisa assim, e foi uma viagem pra mim redescobrir essa pérola (lembro que no encarte do CD, cada música era pra um dia da semana!!!). Indico a audição do DVD, que vale super a pena.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Natal?!!!

Sinceramente é uma época contagiante, não consigo entender o "porque" de quem não curte, eu acho legal, mas se tem alguma coisa pra torcer um pouco o nariz é a Mariah Carey, alguem acha que era realmente legal a gatinha lançar um album natalino 2? outro detalhe, olha as capas, todo mundo sabe que a becha tá gravida e talz, tudo bem, ela mudou a cor do cabelo e carregou menos no make up, mas a pose e a neve...num sei, o photoshop explica!!! mas vai vender né? e o que vale, se bem que acho que tá em bom tempo a gravidez, ela vai dar um tempo e quem sabe agora com um filho, faça um disco realmente suave para entrar na coleção de albuns bacanas que existe no mundo, feliz Natal Natal pra vc Mariah....!!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Abaixo Forró!!! Tô fora dessa porcalhada toda!!!


Não sei se o texto é mesmo de Ariano Suassuna, mas vale a reflexão,
principalmente depois do hit "toda enfiada" que circulou na internet nas
últimas semanas.




CRÍTICA DE ARIANO SUASSUNA AO "FORRÓ ATUAL"


'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:

Calcinha no chão (Caviar com Rapadura),

Zé Priquito (Duquinha),

Fiel à putaria (Felipão Forró Moral),

Chefe do puteiro (Aviões do forró),

Mulher roleira (Saia Rodada),

Mulher roleira a resposta (Forró Real),

Chico Rola (Bonde do Forró),

Banho de língua (Solteirões do Forró),

Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal),

Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),

Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca),

Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró),

Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).



Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

Observação:
O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calypso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de 'forró', e Ariano exclamou: 'Eita que é pior do que eu pensava'. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.

Realmente, alguma coisa está muito errada com esse nosso país, quando se levanta a mão pra se vangloriar que é rapariga, cachaceiro, que gosta de puteiro, ou quando uma mulher canta 'sou sua cachorrinha'. Aonde vamos parar? Como podemos querer pessoas sérias, competentes? E não pensem que uma coisa não tem a ver com a outra não, pq tem e muito! E como as mulheres querem respeito como havia antigamente? Se hoje elas pedem 'ferro', 'quero logo 3', 'lapada na rachada'? Os homens vão e atendem. Vamos passar essa mensagem adiante, as pessoas não podem continuar gritando e vibrando por serem putas e raparigueiros não. Reflitam bem sobre isso, eu sei que gosto é gosto... Mas, pensem direitinho se querem continuar gostando desse tipo de 'forró' ou qualquer outro tipo de ruído, ou se querem ser alguém de respeito na vida!