terça-feira, 12 de março de 2013

Elba Ramalho - Qual o Assunto Que mais Lhe Interessa?


Tomei um susto ao acessar meu blog e ver que havia 579 visualizações! Boa deixa para voltar a postar, não é mesmo? Despertar interesse em universos tão distantes é algo empolgante para mim. E como respiro música o tempo todo, continuarei falando de discos atuais, ou não, porque o nosso mar musical é infinito e cheio de surpresas. Falarei de discos que fazem parte de minha história e de alguns que ainda farão, sem distinção de gêneros ou estilos, até porque se me tira da realidade para algo mágico, então é porque foi feito pra mim!!

Elba Ramalho integra minha trilha sonora pessoal. Vi discos seus serem lançados com grande êxito. Coração Brasileiro e Fogo na Mistura foram explosões artísticas de uma década onde a palavra de ordem era criatividade, alegria e conscientizção – papel fundamental de todo e qualquer artista, em minha opinião. Lembro de meus vizinhos afastarem o sofá da sala para colocarmos discos de vinil para tocar nas vitrolas, a toda altura e assim dançávamos o disco inteiro, faixa a faixa, cada um do seu jeito, mas totalmente real. Fazíamos rodas, alguém ia pro meio, ou simplesmente ouvíamos e nos marvilhávamos a cada canção... vivi tudo isso e estes foram os anos 80!

Desde o lançamento de Qual o Assunto Que Mais Lhe Interessa?, álbum de Elba, lançado em 2007, baixei, nesse intervalo de tempo, outros dois discos dela, Do Jeito Que A Gente Gosta e Felicidade Urgente, mas passei um tempo intrigado com este título, tão sugestivo e na última sexta-feira, 8 de março, baixei o disco de 2007 inteiro e de cara percebi que ali estava mais um trabalho consistente e significativo de uma artista ciente de seus deveres como musa de nossa música e o cuidado espiritual para cada canção e interpretação. 

Elba é de uma leva de artistas que desenvolvem um laboratório musical acerca de seus trabalhos, com a maestria e simplicidade avassaladoras de alguém calejado e que sabe exatamente o que faz. Neste disco seu registro vocal está mais grave e tem-se a impressão de que ela dialoga com você. Os arranjos percursivos se entrelaçam com as interpretações e até os mais simples truques tecnológicos de estúdio realçam todo o resultado, tal como verniz em madeira crua. Um álbum cheio de vigor, frescor e sensualidade de uma Nossa Senhora Nordestina a todo vapor. É delicioso de se ouvir do começo ao fim.

Espero que ela continue a nos presentear com suas interpretações elétricas ao redor deste país tão carente de arte e cultura. E que venham mais álbuns tão cristalinos e belos como este!!

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