Tomei um susto ao acessar meu blog e ver que havia 579
visualizações! Boa deixa para voltar a postar, não é mesmo? Despertar interesse
em universos tão distantes é algo empolgante para mim. E como respiro música o
tempo todo, continuarei falando de discos atuais, ou não, porque o nosso mar
musical é infinito e cheio de surpresas. Falarei de discos que fazem parte de
minha história e de alguns que ainda farão, sem distinção de gêneros ou
estilos, até porque se me tira da realidade para algo mágico, então é porque
foi feito pra mim!!
Elba Ramalho integra minha trilha sonora pessoal. Vi discos
seus serem lançados com grande êxito. Coração
Brasileiro e Fogo na Mistura
foram explosões artísticas de uma década onde a palavra de ordem era
criatividade, alegria e conscientizção – papel fundamental de todo e qualquer
artista, em minha opinião. Lembro de meus vizinhos afastarem o sofá da sala
para colocarmos discos de vinil para tocar nas vitrolas, a toda altura e assim
dançávamos o disco inteiro, faixa a faixa, cada um do seu jeito, mas totalmente
real. Fazíamos rodas, alguém ia pro meio, ou simplesmente ouvíamos e nos
marvilhávamos a cada canção... vivi tudo isso e estes foram os anos 80!
Desde o lançamento de Qual
o Assunto Que Mais Lhe Interessa?, álbum de Elba, lançado em 2007, baixei,
nesse intervalo de tempo, outros dois discos dela, Do Jeito Que A Gente Gosta e Felicidade
Urgente, mas passei um tempo intrigado com este título, tão sugestivo e na
última sexta-feira, 8 de março, baixei o disco de 2007 inteiro e de cara
percebi que ali estava mais um trabalho consistente e significativo de uma
artista ciente de seus deveres como musa de nossa música e o cuidado espiritual
para cada canção e interpretação.
Elba é de uma leva de artistas que
desenvolvem um laboratório musical acerca de seus trabalhos, com a maestria e
simplicidade avassaladoras de alguém calejado e que sabe exatamente o que faz.
Neste disco seu registro vocal está mais grave e tem-se a impressão de que ela
dialoga com você. Os arranjos percursivos se entrelaçam com as interpretações e
até os mais simples truques tecnológicos de estúdio realçam todo o resultado,
tal como verniz em madeira crua. Um álbum cheio de vigor, frescor e
sensualidade de uma Nossa Senhora
Nordestina a todo vapor. É delicioso de se ouvir do começo ao fim.
Espero que ela continue a nos presentear com suas interpretações
elétricas ao redor deste país tão carente de arte e cultura. E que venham mais
álbuns tão cristalinos e belos como este!!
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