O mundo de hoje tem sido marcado por trilogias, ou seja, as historias
são tão sensacionais que necessitam ser contadas em 3 partes. O mesmo tem
acontecido no mundo da musica, vide a trilogia Berlin do David Bowie quando
viveu na parte Ocidental da cidade – Low , “Heroes” (1977) e Lodger (1979) .
Em
outra época, Michael Jackson & Quincy Jones brindavam o mundo com Off The
Wall (1979), Thriller (1983) e Bad (1987), e me parece que isto acontece quando
há uma compatibilidade de idéias geniais partidas do intérprete e captadas
também da mesma forma pelo produtor. O que geralmente não pode ser um estrondoso
sucesso comercial, mas um resultado significativo de um álbum para qualquer
época.
Annie Lennox junto com Dave Stewart como
Eurythmics produziram na década de 80 sua trilogia de música
experimental/eletrônica, o primeiro disco In The Garden (1981) trazia nada menos
que o auxilio de Cony Plank e seguiu com Sweet Dreams Are Made Of This e Touch
(1983). Passado o estrondoso sucesso que após Sweet Dreams onde foram
catapultados a fama, eles permaneceram nas paradas e estradas até que em
1991 a
banda anunciou um recesso sem previsão de retorno.
Annie Lennox afirmou em uma entrevista que tinha sido um desafio seguir em
carreira solo, mas ela ficara curiosa em descobrir dentro de si, um artista
independente, o mago que pilotou a parte de edição do que foi chamado
ironicamente de Diva (1992) foi Stephen Lipson que já foi assistente do Trevor Horn. Ela apresentou ao mundo canções escritas de forma confessional
arrebatadora que fez com que 15 milhões de cópias fossem comercializadas e a
critica e público aclamou o álbum como obra prima do pop, e ironicamente ela foi
aclamada como A Diva da Musica Pop. Não houve excursão para divulgação do disco,
apenas aparições ao vivo em talk shows, como Top Of The Pops entre outros e uma
triunfal apresentação no Festival de Jazz em Montreaux. No Grammy de
1993 o mesmo concorreu na categoria de albun do ano. Um home vídeo com 08 das
11 canções ganharam registro visual no DVD Totally Diva, que levou o AMA, Brit
Awards e Grammy por longa metragem daquele ano. Neste disco canções como Why,
Walking On Broken Glass e Little Bird foram seu maior destaque.A Q Magazine
descreveu o disco como “estatua-de-arte-do-soul-pop” Mas Annie sempre foi muito
reservada apesar de destemida e se retirou para conceber sua primeira filha
Lola, e se concentrar na vida familiar ficando um bom tempo fora dos holofotes
da mídia.
Em 1995 chegou o momento de voltar e ela atacou apenas de intérprete. O trabalho
também intitulado de Medusa, é uma coleção de clássicos da música britânica,
tais como A Whiter Shade Of Pale do Proccon Harlen e Train In Vain do The Calsh.
O disco foi recebido com criticas diversas que iam do positivo ao negativo, mas
foi neste momento que Annie se firmou como uma verdadeira diva recriando pérolas
já consagradas outrora . No Grammy de 1996 o disco recebeu duas indicações
levando a de melhor vocal feminino por No More “I Love You´s”e ela interpretou
ao vivo Train In Vain. O disco vendeu mais de 8 milhões de cópias mundo a fora.
E mais uma vez não houve excursão promocional, apenas um show no Central Park
que foi registrado em DVD, junto uma entrevista e mais 3 video clipes no pacote
a musa mais uma vez retorna ao lar e concebe sua segunda filha Tali. Em 1999 o
Eurythmics justo dez anos afastados lançam um disco (Peace) e uma tour mundial
em prol da Anistia Internacional e Greenpeace sela a década de
90. A
produção do disco e show também ficaram a cargo do Stephen
Lipson.
Justo após 11 anos de Diva, Annie
sofre com a dor da separação em seu casamento de 10 anos com o cineasta
irlandês, Uri Frutchman e comete um dos seus trabalhos mais orgulhosos,
Bare
(2003), onde uma mulher fragilizada, mas não totalmente destruída entoa cantos
com desfecho desastroso de forma graciosa que, por vezes, soa como sussurros
encantadores (versos como “...para te fazer me notar me transformei em alguém
que odeio – Honestly). O disco foi aclamado imediatamente pela crítica
especializada e, mesmo num mercado saturado e em crise, vendeu 826.000 cópias.
Uma tour chamada Solo (2003) seguiu pela Europa, lotando teatros e encerrou a
parceria de Annie e Stephen, onde o mesmo afirmou ser o melhor trabalho da
cantora. Uma edição limitada que conta com um DVD traz duas músicas dos ensaios
para a turnê e uma entrevista onde ela fala sobre o processo de gravação do
disco, bem como seu envolvimento com o público, expectativas e retorno esperado.
Houve também nesta época uma exposição de fotos feitas por ela em parceria com o
fotógrafo Alan Martin, onde uma Annie aparecia nua e disposta a correr novos
riscos e se reconectar ao seu público.
P.S. : no dia 09 de Junho deste ano, Bare completa 10 anos!!!
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