sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O poeta Jorge Ben Jor escreveu: "Por que é proibido pisar na grama?"

 
Ultimamente, uma forte dose de sensibilidade tem-se feito presente em meus dias. Talvez, um acúmulo de emoções que devessem ser expressas em tempo real, mas meus mecanismos de defesa as abafaram e, por cargas d´águas que não sei dizer ou até mesmo explicar, foram silenciadas. O mar de “prioridades” que tento me impor diariamente parece escorregar pelos meus dedos como areia. Sei e acredito que sabemos do básico: o pão de cada dia ou seja lá que alimento for.
 
Sim, eu tenho que colocar na cabeça e, talvez, na prática que:
 
.Preciso dormir mais cedo;
.Devo ter mais um pouco de espírito coletivo e, quem sabe, sair mais, até mesmo para ver o mar que receio/desdenho tanto;
.Preciso até mesmo dar início a uma procura por um trabalho diferente;
.Melhorar a minha postura física e pessoal em relação a alguns aspectos que me provocam dor e delícia – o meu maior desejo de transformação.
 
Além disso, talvez eu comece a me alimentar nos horários corretos e, quem sabe, num passe de mágica, estimulado por “bons modos”, minha vida se pareça mais com a vida daquelas pessoas que vejo passando por mim durante o dia e que me inspira ser tão boa! Mas a listinha não para por aqui.
 
.Preciso colocar nesta receita um ingrediente bem importante que é o de ser um pouco mais prestativo e benevolente com meu próximo, que me soa tão “pentelho e foda” de aturar. Preciso atender ao telefone na hora exata, nem que para isso “custe o que custar” do meu precioso tempo. Ter o hábito de me calar quando o meu argumento se faz desnecessário. Tenho que me ater aos assuntos que realmente me são pertinentes. Ou simplesmente saber calar de uma vez por todas.
 
.Preciso prestar atenção na data de trocar a minha escova de dente; 
 
.Preciso admitir, em certos momentos, que meus maiores picos de criatividade só me vêm de madrugada, justamente quando eu deveria estar dormindo para me recompor e ser mais produtivo no dia seguinte. “Não, espera aí!”
 
.Preciso voltar a ler ensandecidamente, para ampliar meu vocabulário e parar de falar palavras já tão usadas e sair, quem sabe, do descarte imediato das coisas urgentemente rotuladas.
 
.Preciso testar a minha agenda telefônica e verificar se todos os números salvos são ainda de quem me deu, se são necessários, se estão ativos, se ainda há conexão ou se posso deletá-los. Um pouco mais de espaço sempre é bom, não é? Em todo e qualquer aspecto.
 
Quais as páginas que preciso realmente seguir? Será que as piadas ou assuntos presentes nelas ainda me servem e são divertidos ou úteis para o meu cotidiano? A faxina está grande... (risos). O meu check up pessoal está avançado. Então, deixe-me começar, de fato, parando de ACHAR! 
 
A canção que me trouxe inspiração para compor este texto me foi apresentada há muito tempo, por uma criatura de espírito novidadeiro, assim como eu. Ainda que seja uma releitura, o novo olhar sobre a, já bela, música de Ben Jor trouxe um frescor diferente, um sabor até então não experimentado. Na voz de Jussara Silveira, é possível sentir, não pés na grama, mas flores.
 

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