terça-feira, 18 de março de 2014

KID ABELHA E AS “NOSSAS CANÇÕES” - Celebrando 30 anos do primeiro disco, 20 anos do primeiro acústico e 10 anos de um disco dos anos 2000

O Kid Abelha, na minha mais pedante opinião, é a banda de rock brasileira mais fofa, e isso já tem quase 4 décadas!!! A vocalista que também é letrista e líder do negócio, bem como o som do grupo em questão, desafia o tempo o tempo todo – ela com seu corpo e aparência sempre jovial e o som da banda com hits avassaladores que nos arrebatam aos mais singelos sentimentos da condição humana. É fato que a poesia do Kid jamais se igualou à supra lírica de bandas como Legião Urbana, que também é contemporânea. O próprio Renato Russo chegou a declarar em uma entrevista, de uma forma muito singela, que “todas as músicas do Kid Abelha são nossas canções em algum momento”. Me lembro de um segundo momento em que acompanho a banda (sim, nasci na década de 80 e desde então vibro, sofro e grito com todos os discos que também fazem parte de minhas tantas outras coleções) em que um amigo do colegial (seu nome é Aritana e eu o achava genial – ele e o seu nome um tanto incomum) comentou que nem todas as letras “são tão bacanas” – bestinhas ele quis dizer de certa forma. 

Mas, o revestimento musical e a suma capacidade do conjunto de revesti-las com arranjos pop de corpo fantástico, sempre foi de fato o grande trunfo do Kid Abelha, que em 1984 lançando seu álbum de estréia ‘Seu Espião’ carregava um nome mais alongado, “Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens” e contava com mais um integrante (sim, eles não foram sempre um power trio) e após umas idas e  vindas, talvez por força de circunstância o nome foi encurtado e um membro desfalcado (até porque todas as bandas passam por isso... depois de, em suas garagens, tanto sonharem com o mega estrelato, com a chegada da fama e dinheiro, dá-se inicio um pseudo jogo de interesses e uma cafonice intelectual chamada ego vem e estraga com  tudo e sofremos nós, fãs,  com a dissolução de bandas fantásticas, que daria uma lista enorme para citar aqui e que no memento não vem ao caso). Voltando ao terceiro integrante... Falo do Leoni, que também é um fofo e foi responsável pelo mega e onipresente hit ‘Como Eu Quero’ das dez canções do LP debutante produzido pelo mago Liminha e 7 foram hinos radiofônicos populares que também rederam mídia no saudoso programa do “velho palhaço” Abelardo Barbosa – o Chacrinha (‘Seu Espião’, ‘Nada Tanto Assim’, ‘Alice’, ‘Fixação’, ‘Como Eu Quero’, ‘Porque Não Eu?’ e ‘Pintura Íntima’), que foram  cantados aos pulmões cheios e peito aberto por todas as idades e classes na maravilhosa década de 80!

Então, Paula Toller – Vocais, George Israel – Sax (apenas sax nesta época) Leoni – Baixo e Vocais e Bruno Fortunato – Guitarras, tinham os brasileiros aos seus pés e todos éramos ouvidos a canções que mais pareciam ter saído de um diário de adolescente. Outro detalhe é que Paulinha ainda tinha o cabelo preto, mas já exibia as curvinhas que Deus deu em micro vestidos também provocando a mente dos marmanjos, enquanto faziam coros com os deliciosos hits. O sucesso se manteve e veio o segundo disco “Educação Sentimental”(1985) – com o autotítulo, ‘Lágrimas de Chuva’, a deliciosa ‘Os outros’ e ‘A Fórmula do Amor’ . Logo depois, com o álbum “Ao Vivo” (1986) foi-se embora o integrante Leoni, com o nome “Abóboras Selvagens” e um saco de mágoas, creio eu... Na sequência “Tomate” (1987) - que teve 'Amanhã é 23' na minissérie O Sorriso do Largato, Kid (1989) – sim, tentaram tirar o Abelha nesta época (risos), e um “80´s Greatest Hits” (1990
) encerraram uma das décadas mais criativas da música no Brasil, isto ainda na minha singela opinião.

Os Anos 1990 foram recepcionados com o disco “Tudo é Permitido” (1991), com mais hits e aqui quero destacar ‘Grand´Hotel’ favorita de minha querida e experiente amiga Helena Paixão!!! Nunca vi um sobrenome casar tão bem com uma canção “favorita”. Seguindo, “Iê, Iê, Iê” (1993), que tem uma das minhas tantas favoritas ‘Em Noventa e Dois’ e mais um disco ao vivo chegou na praça, “Meio Desligado”(1994), inovando, claro, o tão já inovado som da banda e seus muitos, diversos clássicos. Quando a tão febril linha de acústicos da MTV ainda não tinha ganhado tanta força em nosso país brasileiro, o Kid Abelha veio com o um disco com sucessos “acusticados”e o resultado foi brilhante com a vibração de platéias e arranjos nunca experimentados para músicas com roupagens imaculadas. Artistas que davam continuidade ao seu trabalho desde os anos 1980 aparecem neste disco, como Ritchie, em ‘Como Eu Quero’ e Lulu Santos, numa regravação de ‘Canário do Reino’, uma espécie de faixa bônus, bem como ‘Nada Por Mim’ e ‘Solidão Que Nada’, do menor abandonado Cazuza. Este disco é definitivamente a trilha sonora de minha passagem da infância para juventude e tocou à exaustão, no carro, som e etc dos amigos Marcelo, Willian, Sidney e Moisés, no curso técnico. Lembro do disco estar entre os mais vendidos junto com Legião Urbana  (O Descobrimento do Brasil), Marisa Monte (Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão) e era um revival da década passada, passado a limpo para antigos e novos fãs do grupo.

Depois o povo some e se tranca  numa casinha num interior do Rio de Janeiro e nos dá de presente “Meu Mundo Gira Em Torno de Você” (1997) e me lembro da Janúbia Mendonça, sua irmã Janaína e eu cantando ‘Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda (Casinha de Sapê)’, do Hyldon, regravado por este povo. O retorno foi seguido de “Auto Love” (1998) o projeto de covers “Coleção” (2000). Êpa! Chegamos aos anos 2000. Não tínhamos a realidade do filme “O Exterminador do Futuro”, com carros que voavam e andróides que dividiam espaço com humanos, mas tínhamos o Kid Abelha, ainda com muito som para os nossos ouvidos e o mais bacana disso tudo é que a banda não se rendeu a modismos e o som apenas ganhou recursos “mordeninhos”, mas a fórmula ainda era a do amor!!! “Surf” (2001) me deu ‘Eu Contra A Noite’ (não é, Anderson Noel?) e a MTV, já com um promissor e mercadológico arrebatador formato de disco ao vivo (o tal formato Acústico) acredito eu, um tanto equivocado para a banda (mais um ao vivo). E foi quando respiramos e celebramos nesta data/década os 10 anos do disco  “Pega Vida” (2004). 2007 houve o período em que Paula Toller lançou dois discos solos paralelos à banda e um DVD registrando este voo.

Uma década depois, um disco e uma turnê ao vivo foram lançados para comemorar os 30 anos (2012) de estrada . Eu e meus amigos Normando Júnior e Marcos Antonio fomos fãs iguais aos de tantas décadas quando fomos ao tal show de celebração – o meu primeiro show do Kid, com direito a chegada na grade 5 horas antes do show começar. E eu desejo à banda um tantão bem longo de anos, ainda com novos discos para estes jovens veteranos de ontem, hoje e sempre!!!


Salve Kid Abelha!!!

Um comentário:

  1. Olá Mauricélio, quanto tempo amigo, rsrsrs ainda lembras do colegial, tempos bons!

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