O Kid Abelha, na minha mais pedante opinião, é a banda de
rock brasileira mais fofa, e isso já tem quase 4 décadas!!! A vocalista que
também é letrista e líder do negócio, bem como o som do grupo em questão,
desafia o tempo o tempo todo – ela com seu corpo e aparência sempre jovial e o
som da banda com hits avassaladores que nos arrebatam aos mais singelos
sentimentos da condição humana. É fato que a poesia do Kid jamais se igualou à
supra lírica de bandas como Legião Urbana, que também é contemporânea. O próprio
Renato Russo chegou a declarar em uma entrevista, de uma forma muito singela,
que “todas as músicas do Kid Abelha são nossas canções em algum momento”. Me
lembro de um segundo momento em que acompanho a banda (sim, nasci na década de
80 e desde então vibro, sofro e grito com todos os discos que também fazem parte
de minhas tantas outras coleções) em que um amigo do colegial (seu nome é
Aritana e eu o achava genial – ele e o seu nome um tanto incomum) comentou que
nem todas as letras “são tão bacanas” – bestinhas ele quis dizer de certa
forma.
Mas, o revestimento musical e a suma capacidade do conjunto de
revesti-las com arranjos pop de corpo fantástico, sempre foi de fato o grande
trunfo do Kid Abelha, que em 1984 lançando seu álbum de estréia ‘Seu Espião’
carregava um nome mais alongado, “Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens” e contava
com mais um integrante (sim, eles não foram sempre um power trio) e após umas
idas e vindas, talvez por força de circunstância o nome foi encurtado e um
membro desfalcado (até porque todas as bandas passam por isso... depois de, em
suas garagens, tanto sonharem com o mega estrelato, com a chegada da fama e
dinheiro, dá-se inicio um pseudo jogo de interesses e uma cafonice intelectual
chamada ego vem e estraga com tudo e sofremos nós, fãs, com a dissolução de
bandas fantásticas, que daria uma lista enorme para citar aqui e que no memento
não vem ao caso). Voltando ao terceiro integrante... Falo do Leoni, que também é
um fofo e foi responsável pelo mega e onipresente hit ‘Como Eu Quero’ das dez
canções do LP debutante produzido pelo mago Liminha e 7 foram hinos radiofônicos
populares que também rederam mídia no saudoso programa do “velho palhaço”
Abelardo Barbosa – o Chacrinha (‘Seu Espião’, ‘Nada Tanto Assim’, ‘Alice’,
‘Fixação’, ‘Como Eu Quero’, ‘Porque Não Eu?’ e ‘Pintura Íntima’), que foram
cantados aos pulmões cheios e peito aberto por todas as idades e classes na
maravilhosa década de 80!
Então, Paula Toller – Vocais, George Israel – Sax (apenas sax
nesta época) Leoni – Baixo e Vocais e Bruno Fortunato – Guitarras, tinham os
brasileiros aos seus pés e todos éramos ouvidos a canções que mais pareciam ter
saído de um diário de adolescente. Outro detalhe é que Paulinha ainda tinha o
cabelo preto, mas já exibia as curvinhas que Deus deu em micro vestidos também
provocando a mente dos marmanjos, enquanto faziam coros com os deliciosos hits.
O sucesso se manteve e veio o segundo disco “Educação Sentimental”(1985) – com o
autotítulo, ‘Lágrimas de Chuva’, a deliciosa ‘Os outros’ e ‘A Fórmula do Amor’ . Logo depois, com o álbum “Ao Vivo” (1986) foi-se embora o integrante
Leoni, com o nome “Abóboras Selvagens” e um saco de mágoas, creio eu... Na
sequência “Tomate” (1987) - que teve 'Amanhã é 23' na minissérie O Sorriso do Largato, Kid (1989) – sim, tentaram tirar o Abelha nesta época
(risos), e um “80´s Greatest Hits” (1990
) encerraram uma das décadas mais
criativas da música no Brasil, isto ainda na minha singela opinião.
Os Anos 1990 foram recepcionados com o disco “Tudo é
Permitido” (1991), com mais hits e aqui quero destacar ‘Grand´Hotel’ favorita de
minha querida e experiente amiga Helena Paixão!!! Nunca vi um sobrenome casar
tão bem com uma canção “favorita”. Seguindo, “Iê, Iê, Iê” (1993), que tem uma
das minhas tantas favoritas ‘Em Noventa e Dois’ e mais um disco ao vivo chegou
na praça, “Meio Desligado”(1994), inovando, claro, o tão já inovado som da banda
e seus muitos, diversos clássicos. Quando a tão febril linha de acústicos da MTV
ainda não tinha ganhado tanta força em nosso país brasileiro, o Kid Abelha veio
com o um disco com sucessos “acusticados”e o resultado foi brilhante com a
vibração de platéias e arranjos nunca experimentados para músicas com roupagens
imaculadas. Artistas que davam continuidade ao seu trabalho desde os anos 1980
aparecem neste disco, como Ritchie, em ‘Como Eu Quero’ e Lulu Santos, numa
regravação de ‘Canário do Reino’, uma espécie de faixa bônus, bem como ‘Nada Por
Mim’ e ‘Solidão Que Nada’, do menor abandonado Cazuza. Este disco é
definitivamente a trilha sonora de minha passagem da infância para juventude e
tocou à exaustão, no carro, som e etc dos amigos Marcelo, Willian, Sidney e
Moisés, no curso técnico. Lembro do disco estar entre os mais vendidos junto com
Legião Urbana (O Descobrimento do Brasil), Marisa Monte (Verde Anil Amarelo Cor
de Rosa e Carvão) e era um revival da década passada, passado a limpo para
antigos e novos fãs do grupo.
Depois o povo some e se tranca numa casinha num interior do
Rio de Janeiro e nos dá de presente “Meu Mundo Gira Em Torno de Você” (1997) e
me lembro da Janúbia Mendonça, sua irmã Janaína e eu cantando ‘Na Rua, Na Chuva,
Na Fazenda (Casinha de Sapê)’, do Hyldon, regravado por este povo. O retorno foi
seguido de “Auto Love” (1998) o projeto de covers “Coleção” (2000). Êpa!
Chegamos aos anos 2000. Não tínhamos a realidade do filme “O Exterminador do
Futuro”, com carros que voavam e andróides que dividiam espaço com humanos, mas
tínhamos o Kid Abelha, ainda com muito som para os nossos ouvidos e o mais
bacana disso tudo é que a banda não se rendeu a modismos e o som apenas ganhou
recursos “mordeninhos”, mas a fórmula ainda era a do amor!!! “Surf” (2001) me
deu ‘Eu Contra A Noite’ (não é, Anderson Noel?) e a MTV, já com um promissor e
mercadológico arrebatador formato de disco ao vivo (o tal formato Acústico)
acredito eu, um tanto equivocado para a banda (mais um ao vivo). E foi quando
respiramos e celebramos nesta data/década os 10 anos do disco “Pega Vida”
(2004). 2007 houve o período em que Paula Toller lançou dois discos solos paralelos à banda e
um DVD registrando este voo.
Uma década depois, um disco e uma turnê ao vivo foram
lançados para comemorar os 30 anos (2012) de estrada . Eu e meus amigos Normando Júnior e
Marcos Antonio fomos fãs iguais aos de tantas décadas quando fomos ao tal show
de celebração – o meu primeiro show do Kid, com direito a chegada na grade 5
horas antes do show começar. E eu desejo à banda um tantão bem longo de anos,
ainda com novos discos para estes jovens veteranos de ontem, hoje e
sempre!!!
Salve Kid Abelha!!!
Olá Mauricélio, quanto tempo amigo, rsrsrs ainda lembras do colegial, tempos bons!
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